quinta-feira, 12 de junho de 2014
VI EDEA - Encontro e Diálogos com a Educação Ambiental: Inscrições
VI EDEA - Encontro e Diálogos com a Educação Ambiental: Inscrições: VI ENCONTRO E DIÁLOGOS COM A EDUCAÇÃO AMBIENTAL PPGEA: 20 ANOS CONSTITUINDO EDUCADORES AMBIENTAIS INSCRIÇÃO DE TRABALHOS ATÉ 20...
quarta-feira, 11 de junho de 2014
sábado, 7 de junho de 2014
quarta-feira, 5 de março de 2014
domingo, 2 de março de 2014
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
http://infancialivredeconsumismo.com/index.php/author/msa_mar/
Somos o que defendemos
5
Texto de Ligia Moreiras Sena*
Durante todo o ano, o pessoal do Movimento Infância Livre de Consumismo dedica seu tempo e seu esforço a algo que, na verdade, todos nós precisávamos estar fazendo, pelo menos nós que reconhecemos a infância como fase fundamental na formação de um ser humano íntegro e saudável: proteger as crianças dos efeitos nefastos do consumo, evitar que as crianças sejam vistas como peças de manobra no jogo injusto do consumismo.
São mulheres que poderiam dedicar o tempo que dedicam à causa às suas questões estritamente particulares, mas fizeram uma escolha que ultrapassa os limites de suas casas e que se baseia em uma coisa muito simples: no fato de que se uma criança pode e merece ser protegida, então todas podem e merecem. Não faz sentido algum protegermos nossos filhos dos ataques publicitários – que são, na verdade, uma das expressões de outros tipos de ataques, tão ou mais danosos – enquanto seus amiguinhos e amiguinhas continuam a ser massacrados todos os dias pelos apelos do consumo.
Muita gente acha que isso é uma grande bobagem. E não é raro ver pessoas que detêm espaços amplos de divulgação desperdiçarem a grande oportunidade de contribuírem para o bem coletivo e substituí-la pelo discurso senso-comum que, muito claramente, serve somente para atrair ainda mais gente, geralmente pessoas imersas no senso-comum, vivendo vidas senso-comum, numa sociedade senso-comum, moldada pelo capitalismo massacrante senso-comum.
Nós vivemos em um mundo capitalista. Embora eu não tenha iPhone, iPad, tablets e outras tecnologias, escrevo agora do meu computador, que foi comprado. Visto uma roupa que foi comprada. Meu café está agora em uma caneca que foi, também, comprada. Mas viver em um mundo capitalista não significa ser moldado e domado por ele. Não significa tornar seus os valores de consumo que delineiam as relações de consumo. Relações humanas não podem ser interpretadas como relações de consumo.
E é aí onde muitas pessoas se perdem: na confusão entre valores de consumo e valores humanos. Entre valores de consumo e valores individuais. E a prova cabal disso é que nos tornamos pessoas que acreditam que amor, integridade, senso de responsabilidade, reflexão crítica e tantas outras coisas fundamentais podem ser compradas. Porque, afinal, comprar é muito mais fácil que ensinar. É muito mais fácil que orientar. É muito mais fácil que dedicar tempo e atenção a mostrar o que é ou não adequado, coerente, responsável. Por isso, tantas e tantas pessoas compram seus filhos desde a mais tenra infância.
“Se você não for à escola, ou se atrasar, ou reclamar, vai pagar R$ 1,00”. O preço por não estar moldado a um sistema: R$ 1,00.
“Se você não jantar ou não almoçar, vai pagar R$ 0,75”. O preço pelo não entendimento da importância do alimento e de se alimentar bem: R$ 0,75.
“Se você ofender, xingar, brigar ou bater, vai pagar R$ 2,00”. O preço pela agressividade não orientada, pela não compreensão de que bater, xingar ou ofender dói no outro tanto quanto em si próprio: R$ 2,00.
Além de mostrar a essas crianças que quase tudo na vida pode ser comprado (e que para o resto existe Mastercard), o que estamos fazendo quando agimos assim? Estamos dizendo: “eu não sei te ensinar, mas te comprar eu sei”. Estamos dizendo: “você é uma mercadoria e, como tal, posso te comprar”. Não há, nessa relação, noções de educação e orientação. Há uma relação mercantil onde um detém o poderio econômico e o outro… é uma mercadoria.
Vamos pensar na relação estabelecida entre um presente e uma criança.
O que um presente produz na criança?
Satisfação. Alegria. Brilho no olhar.
Satisfação, alegria e brilho no olhar podem ser produzidos sem objetos, pela relação que se estabelece entre ela e as pessoas que a rodeiam? Podem. Devem.
Por que, então, transformá-los em capital?
Por que então comprar aquilo que pode ser produzido sem necessidade de colocar, sobre ele, o peso do capital?
Por que achar que datas específicas, criadas exclusivamente para fins capitalistas, pensadas para explorar pessoas, são momentos perfeitos para presentear nossos filhos?
Quem estimulou esse pensamento em você?
Que tipo de valores você está comprando e estimulando que outros comprem?
Por que sentir orgulho e satisfação por sua condição de explorado? E, pior, por que permitir que seus filhos também o sejam?
O Dia das Crianças não foi um dia criado para lembrar que toda e qualquer criança merece ser respeitada, cuidada, protegida – e não ser alvo da exploração capitalista. Não foi um dia criado para lembrar que toda criança tem direitos reconhecidos por uma Declaração Universal. Esse não seria o dia 12 de outubro, mas 20 de novembro, dia em que a Unicef oficializou a Declaração dos Direitos da Criança, em 1959.
O Dia da Criança é apenas uma data comercial, ganhou força no Brasil em 1955 como parte de uma campanha de marketing da Estrela, aquela empresa de brinquedos, que criou a “Semana do Bebê Robusto” (que nome…) com o único objetivo de impulsionar as vendas. E vendeu tanto que o país incorporou a data em seu calendário comemorativo.
Então você, que faz questão de incentivar o consumo nessa data e que se vê como dotado de opinião “própria”, está, na verdade, apenas reproduzindo aquilo que querem que você reproduza: que crianças podem ser exploradas comercialmente por um sistema que não pensa em você nem nelas, e que não há mal nenhum nisso.
Muitas mães e pais estão combatendo os apelos desenfreados, antiéticos e cruéis do consumo que vê na infância um alvo perfeito. E enquanto isso, suas crianças estão crescendo. É provável que se tornem adultos antes que o apelo ao consumismo infantil seja vencido.
Se assim for, o que terá sido importante a essas crianças?
Algo que deveria ser muito simples de supor: os valores transmitidos ao longo de toda sua infância. Crianças que cresceram imersas em um outro modelo, um modelo que não valorizou o COMPRAR, mas o SER. Que não envolve apenas combater o apelo ao consumismo e à publicidade infantil. Que envolve uma compreensão absolutamente diferente do que é a vida, que perpassa a crítica ao consumo exagerado mas, também, a qualidade da alimentação, o tipo de educação, as relações humanas, as relações familiares, o cuidado com o outro, entre todos os demais fatores que, em conjunto, podem ser chamados de vida.
Isso nos leva à frase daquele pacificador tão conhecido: “A felicidade está no caminho”. E ela não pode ser comprada de nenhuma forma. Mesmo que você esteja fazendo muita força para achar que sim.
Quando fazemos as crianças acreditarem que “um dia dedicado a elas” está fundamentalmente atrelado a um “poder de compra” e ao consumo, estamos estimulando a associação entre “ser alguém e ter algo”, o que se traduz em um vazio emocional e na perda da importância das pessoas por seus valores intrínsecos. Pessoas se tornam importantes porque algo é comprado para elas, e não pelo simples fato de que são pessoas. E isso, feito de maneira repetida ao longo de toda sua vida, faz com que a construção de sua identidade esteja associada a compra e a produtos. E é exatamente isso que a sociedade capitalista deseja.
É compreensível que muitas pessoas tenham resistência a problematizar a questão e que não enxerguem o problema do apelo ao consumo que o dia das crianças traz, principalmente quando consideramos a sua própria infância. É muito provável que essa pessoa também tenha crescido em um ambiente sem essa problematização. Mas isso não é um círculo impossível de ser quebrado, todos nós podemos interrompê-lo a qualquer momento e não permitir que nossos filhos sejam mais um elo dessa cadeia.
“A criança aprende que consumir é bom e prazeroso, principalmente quando há exemplo dos pais, a quem imita.
(…) A inserção da criança de dois a sete anos no mundo do consumismo é diretamente proporcional à qualidade e às configurações dos relacionamentos estabelecidos entre os pais e os filhos, de forma que há atitudes dos pais que podem estimular o consumo infantil e atitudes que podem desencorajá-lo. Nesse cenário, é absolutamente relevante considerar o sentimento da infância dos pais, ou seja, quais percepções e concepções de criança eles têm, como tratam a infância e como estabelecem as relações com os filhos. O ambiente familiar como lugar de transmissão é geralmente o primeiro grupo social no qual a criança se insere, e, nesse sentido, as percepções dos pais sobre o que é ser criança são indissociáveis dos relacionamentos estabelecidos com os filhos.
(Tiago Bastos de Moura, Flávio Torrecilas Viana e Viviane Dias Loyola, em “Uma análise de concepções sobre a criança e a inserção da infância no consumismo”)
Que até o próximo 12 de outubro, no intervalo de um ano, nós possamos refletir sobre o que de fato é importante estimular em pessoas que criam outras pessoas e sobre qual nosso papel, de fato, na formação de uma sociedade que realmente respeite a infância. Que possamos mudar hábitos e reivindicar o respeito à infância, como forma de melhorar as relações humanas.
Crianças não precisam de bonecas que fazem xixi e cocô. Crianças precisam de gente que as defenda sempre, o ano inteiro.
Ainda que, ao fazer isso, sejam chamadas de patrulheiras, chatas e radicais. Afinal de contas, foram sempre os patrulheiros chatos e radicais os que conseguiram mudar o que precisava ser mudado. Não os que não veem problema em comprar e vender a infância.
Deixo aqui, nesse pós dia das crianças, meu agradecimento a duas turmas que estão constantemente na luta por seus e nossos filhos: os coletivos Infância Livre de Consumismo e Bater em Criança é Covardia.
Obrigada por tudo, amigos e amigas.
Um grande abraço
*Ligia é mãe da Clara, mora em Florianópolis, estuda a violência no parto e escreve o blog Cientista Que Virou Mãe.
Consumismo
http://intuicao.com/negocios/o-ato-de-consumir/
http://monicoreis.blogspot.com.br/2011/05/cartum-consumismo.html
http://qualidadeemquadrinhos.com.br/blog/?p=467
http://www.moodle.ufba.br/mod/book/view.php?id=79545&chapterid=19689
http://www.canalkids.com.br/bankids/sociedade.htm
Toda sociedade que baseia sua economia na produção e consumo cada vez maior de produtos e serviços é uma sociedade de consumo. E o capitalismo é o sistema em que a sociedade de consumo atingiu o seu auge na história da humanidade. E isso tem um lado bom, e outro ruim!
O LADO "MOCINHO" - A sociedade de consumo aumentou incrivelmente a oferta de todos os tipos de produtos e serviços nos últimos 100 anos. Com isso, a qualidade de vida de parte da humanidade cresceu muito! A ciência, a medicina e a tecnologia nunca foram tão longe!
Apesar de milhões de pessoas não participarem dessa festa, hoje muitas pessoas vivem mais e com mais conforto, comem melhor, viajam para todo lado, compram carros, têm acesso aos avanços tecnológicos (Internet, celular), levam o maior vidão. Exatamente como você, que hoje está navegando tranquilamente pela Web. Você faz parte de uma minoria privilegiada!
O LADO "BANDIDO" - O objetivo do capitalismo é o lucro, certo? E não há nada de errado com ele, pelo contrário! Mas tudo o que é feito com exagero gera um desequilíbrio. Para ganhar cada vez mais dinheiro, os donos dos meios de produção querem que as pessoas comprem sempre mais, sempre mais, sempre mais!
Resultado:
1 - A propaganda acaba "bombardeando" as pessoas, convencendo os consumidores a comprarem coisas que não querem e não precisam... como a história do descaroçador de azeitona! Você nunca viu aqueles programas de vendas pela televisão? "Compre agora o incrível amassador de jabuticabas e ganhe de presente 15 pentes de cachorro!".
2 - A sociedade passa a valorizar o TER, em vez do SER. Muitas vezes, as pessoas passam a ser julgadas pela aparência física, pelas roupas que vestem, carros e casas que possuem, em vez de serem apreciadas por suas qualidades, como sinceridade, coragem, generosidade, e muitas outras.
Resultado:
1 - A propaganda acaba "bombardeando" as pessoas, convencendo os consumidores a comprarem coisas que não querem e não precisam... como a história do descaroçador de azeitona! Você nunca viu aqueles programas de vendas pela televisão? "Compre agora o incrível amassador de jabuticabas e ganhe de presente 15 pentes de cachorro!".
2 - A sociedade passa a valorizar o TER, em vez do SER. Muitas vezes, as pessoas passam a ser julgadas pela aparência física, pelas roupas que vestem, carros e casas que possuem, em vez de serem apreciadas por suas qualidades, como sinceridade, coragem, generosidade, e muitas outras.
3 - O excesso de consumo está destruindo o meio ambiente! Tudo o que se produz e se consome gera um impacto da natureza. Das árvores arrancadas para fazer lápis e papel à poluição gerada por carros, fábricas e esgotos; da água desviada para alimentar usinas hidrelétricas às toneladas de lixoproduzidas por bilhões de pessoas!
E adivinhe quem são os maiores sujões? As pessoas (e os países) que mais consomem. Só para ser ter uma idéia: 1/5 (um quinto) da população do mundo consome 53% dos combustíveis fósseis (gasolina, gás, petróleo) do planeta!Por isso, todos temos o dever de economizar tudo o que pudermos: água,energia elétrica, papel, móveis, brinquedos, livros, até dinheiro.
E adivinhe quem são os maiores sujões? As pessoas (e os países) que mais consomem. Só para ser ter uma idéia: 1/5 (um quinto) da população do mundo consome 53% dos combustíveis fósseis (gasolina, gás, petróleo) do planeta!Por isso, todos temos o dever de economizar tudo o que pudermos: água,energia elétrica, papel, móveis, brinquedos, livros, até dinheiro.
Também devemos procurar um modo de produção sustentável, ou seja, que permita a renovação da natureza. Também devemos poupar nossos semelhantes do sofrimento, ao não desperdiçar comida e doar as coisas que não precisamos mais.
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
O Manifesto Antiveganista
O Manifesto Antiveganista
Preciso de antemão distinguir dois personagens
arquetípicos do movimento de libertação animal: o vegano e o veganista. Ao
final, você leitor, deverá avaliar em qual se encontra
Por Thales Tréz
Antes de qualquer coisa, não tenho nada a perder.
Nunca desejei ter qualquer status exponencial no movimento de direitos animais.
Se de alguma forma posso ser considerados por muit*s como uma referência neste
cenário, foi por conta de minhas atividades de pesquisa acadêmica sobre o tema
da experimentação animal, que, por contingência, me levaram inevitavelmente ao
cenário deste movimento. E é deste convívio, já de longa data, que este texto
surge: como um parto espontâneo, sincero, e que talvez chova no molhado para
alguns. Mas é a minha chuva.
Dito isso, vamos ao que realmente interessa.
Preciso de antemão distinguir dois personagens
arquetípicos do movimento de libertação animal: o vegano e o veganista. Ao
final, você leitor, deverá avaliar em qual se encontra. A crítica que faço, e
que considero de certa forma urgente (dada a expansão do movimento de
libertação animal), é voltada ao veganista.
E vou começar grosso. O que separa um veganista
de um fascista é uma linha muito tênue. São indivíduos altamente apegados às
suas certezas e verdades, e as querem impô-las à sociedade como um todo, e a
toque de caixa. O veganista defende a monocultura do pensar e do agir, e
defendem um absolutismo moral, pois não vê nada entre este absolutismo e a
postura relativista moral - um cachorro morto fácil de chutar (me perdoem o
aforismo). E o instrumento principal deste absolutismo, talvez sua utopia
última, é o discurso recorrente (e simplista) da “coerência” - não obstante
gerador da uma atitude auto-policialesca constante, acaba ainda por provocar o
policiamento do outro. Mas exigir coerência do ser humano, além de grosseiro, é
anti-humano. A coerência não tem meio termo – ela é, ou não é. O “ser coerente”
é um ser acabado, previsível, reto, programado, estável. Por fim,
desinteressante. O “mantra da coerência” no discurso veganista é muito mais uma
referência ao “apego às verdades” do que uma chamada à consciência.
Particularmente, espero coerência apenas das máquinas, mas nunca do ser humano
– este rascunho, projeto titubeante de vida, torto, vagaroso... todas essas
qualidades, acreditem. Neste aspecto, o veganista não vive um paradigma, mas
sim um dogma.
Os veganistas vivem sob a tensão de uma sociedade
hegemonicamente especista, da qual procuram distintivamente se isolar, gerando
uma polarização “veganistas versus humanidade”. Um dos sintomas desse
isolamento é a notável e curiosa endogamia existente nesse meio. Não concebem a
ideia, por exemplo, de namorar um(a) carnívor*, porque, para o veganista, “você
é o que você come” – um absurdo grosseiro e reducionista do que realmente
somos. Tenho dificuldades em me ver reduzido aos meus hábitos alimentares, e
aos valores agregados a eles. Creio que sou muito mais do que isso. Aliás, o
que comeriam os tantos veganistas homofóbicos, reacionários, contrários ao MST
(“comedores de carne”) que conheço? Sim. Somos muito mais do que aquilo que
comemos. E nisso, há pessoas que são muito interessantes e com as quais aprendi
e aprendo muito em relação às qualidades e virtudes que considero nobres para o
ser humano – e se comem carne ou bebem leite, isso é apenas um detalhe (não
para um veganista, obviamente).
Veganistas geralmente tem um comportamento de
gueto – onde encontram um conforto ou refúgio compreensível à parte da “sociedade
especista”, – que lhe impõe costumes e valores caros à sua vivência. Lembro de
uma camiseta com cinco bonecos sorridentes de mão dadas, onde cada um dos
bonecos tinha uma letra da palavra VEGAN. Esse desenho é didático com o que
quero dizer sobre este tipo de comportamento de gueto. No máximo, os veganistas
costumam tolerar as pessoas não-veganas, pois entendem, e muitas vezes
inconscientemente, que têm a missão primeira de converter o “outro diferente” à
sua própria perspectiva. E isso inclui todo mundo: a namorada, o filho, a mãe,
o bisavô gaúcho de 80 anos... e até os esquimós, por que não? Mas até então
elas não fazem parte do seu restrito alfabeto de cinco letras. A alteridade
para o veganista se dá no limite em que esse “outro diferente” possa ser
transformado. Por isso é muitas vezes correto utilizar a expressão “conversão
ao veganismo”, ou mesmo o termo “cair”, quando, por alguma distensão, confessam
com dor que sucumbiram ao pecado da incoerência.
São, assim, missionários de uma verdade. Com a
prática de seus valores e ideias, procuram se eximir do processo histórico que
a humanidade construiu coletivamente, a fim de se livrar imediatamente do atual
fardo insustentável que implica na morte de milhões de animais a cada dia.
Muito da militância veganista, quando não é uma expiação de culpa por ser
humano (e ter vergonha da própria espécie), é uma declaração desesperada de
distinção, de não pertencimento, que gera sofrimento e frustração quando
percebem que o mundo em que estão não é o mundo que desejam para amanhã - by
all means necessary.
Sofrem, por vezes silenciosamente, com o amigo
que come carne, e que por tantas vezes foi alertado sobre as implicações morais
deste hábito, havendo inclusive concordado com as informações que foram
exaustivamente debatidas. O veganista não entende isso. Ou pior: não aceita
isso. “São fracos”, afirmam. Para o veganista, informação é a ferramenta mais
eficaz para a mudança de hábitos. Mas não para por aí. Se o amigo deixar de
comer carne por questões ambientais, não vale. São sujeitos que sofrem de muita
ansiedade. E não deve ser fácil...
O veganista sofre ainda de “miopia moral”, cujo
sintoma é um absolutismo simplista que se resume em a enxergar a humanidade em
preto e branco. Por exemplo, ou você é abolicionista, ou bem-estarista. Partem
de uma receita de um ídolo intelectual, a qual prestam grande reverência: Gary
“Sai Baba” Francione – de onde passaram a adotar a postura de escrachar Peter
Singer, que passou a ser bem-estarista... e incoerente, claro. Francione foi o
responsável por cunhar o termo “esquizofrenia moral”, estigmatizando ainda mais
uma condição psicológica que escapa ao normatismo aceitável em nossa sociedade.
E isso é muito conveniente para o veganista, pois atestam a si próprios uma
declaração de sanidade moral. Por sorte, o tratamento da miopia é bem mais
fácil...
Gosto de descrições anedóticas. Ilustram bem o
que gostaria de dizer sobre este personagem em questão:
Namorei uma garota que era veganista. Em um
episódio, vi 8 oito anos de coerência e rigidez intelectual se desmancharem em
um quase orgasmo quando esta querida companheira se desmanchou juntamente com
um petit-gateau, em um pub qualquer. Ainda que o acordo era que dividiríamos o
dito cujo, me deliciei unicamente com a cena que levou ao completo
desmantelamento daquela sobremesa, sem qualquer intervenção de minha parte. A
cena é indescritível, de tão bela e poética. Ver toda uma estrutura coerente,
altamente sofisticada e lapidada, se desfazer em uma explosão prazerosa de
memórias não apenas organolépticas, mas de vida, e tudo em absoluto silêncio, e
sem culpa. “Ela nunca foi vegana”, afirmam com firmeza amigos veganistas,
quando propositadamente descrevo este episódio. Para estes, isso deve encerrar
o assunto.
Um amigo veganista, havendo encomendado uma pizza
sem queijo, mas acidentalmente recebendo-a com o queijo, jogou a pizza no lixo,
praticamente ao lado de um mendigo. Disse que não poderia dar a pizza ao
mendigo pois estaria promovendo o consumo de derivados animais. Bastante coerente...
com a classe alta, inclusive. Aliás, veganistas são geralmente oriundos de
classes bem abastadas – mas isso é apenas uma observação...
Em um momento de lazer, à beira de um lago, um
amigo veganista repreendeu outros que passeavam/que pretendiam passear de
pedalinho, pois o mesmo tinha o formato de um cisne, o que representaria a
dominação e coisificação da natureza pelo homem. Veganistas não podem dar esse
exemplo. Até hoje não sei se ele estava brincando. Mas é coerente. E tenso.
Uma grande amiga passeava com sua filha em um
shopping quando se deparou com uma exibição pública do documentário
“Terráqueos”. Tentou afastar sua filha das imagens chocantes, procurando
preservá-la do que ela entendia ser uma abordagem inadequada, e potencialmente
traumatizante (quem já viu este documentário sabe do que eu falo). Nessa evasão
consciente, foi abordada com truculência por uma ativista veganista, que a
acusou de conivência com o especismo, e por aí afora. Por isso tremo por
dentro, como educador que sou, quando ouço falar em “educação vegana” no
cenário da libertação animal – especialmente com tal concepção de que imagens e
informações, independentemente de quais, e para quem sejam dirigidas, bastam
para transformar as pessoas. Seria uma “pedagogia do desesperado”: uma
abordagem pobre, ansiosa e agoniada.
Mas vamos ao meu caso. É comum acontecer, após
minhas palestras, abordagens de veganistas que, com tantas coisas por
perguntar, desejam saber se sou vegano. Não sou. E a bem da verdade, não estou
certo sequer se sou vegetariano. Digo isso aos que gostam destes rótulos – como
se eles dissessem muito sobre as pessoas. Me sinto mais confortável em dizer
que estou vegetariano. Em mais de 20 anos de vegetarianismo (onde, diga-se de
passagem, o padrão de consumo de derivados lácteos levaria qualquer indústria à
falência), comi carne em duas ocasiões. Uma acidentalmente (quem nunca!?), e
outra deliberadamente. Nesta última, ao visitar minha irmã em Portugal, fui
recebido pela sua sogra, Dona Carmem, uma portuguesa exímia na arte da cozinha,
segurando uma travessa com um bacalhau. Mesmo quando comia carne, me abstinha
de peixe. Me permitam uma irreverência: à época, preferia eles dentro da água e
vivos, pois fediam muito fora d’água. Mas, mesmo até então vegetariano
convicto, e sem nenhuma inclinação piscívora anterior à minha dieta, não pude
deixar de perceber o sorriso sincero da senhora por sobre aquele bicho, e não
tive qualquer problema em me permitir devorá-lo em convictas garfadas (o azeite
português e o vinho verde ajudaram, confesso). Deixei de ser vegetariano?
Sinceramente, não é o tipo de pergunta que me ocupa ou me importa.
Procuro não me apegar às minhas certezas, e me
permito, em algumas ocasiões, aceitar minha condição humana de incertezas, de
inacabamento e, sobretudo, de incoerência. Chamar isso de “discurso
conveniente” é maldade, pois ignora todo o imenso inconveniente que é levar o
vegetarianismo em nossa sociedade. Prefiro que me chamem de incoerente. Não me
afeta.
Escolhi ser um aprendiz de mim mesmo, e a ser
paciente com as minhas transformações, bem como com as transformações dos
outros, que não seguem nenhuma receita, regra, padrão, ou caminho. E aqui deixo
bem claro: desejo sempre sucesso a qualquer tentativa de transformar o mundo em
que vivemos. Mas sinto que as atitudes deste veganismo fundamentalista presta
muito mais um desserviço à emancipação dos animais e, principalmente, dos
humanos. Estamos de acordo que não poderemos emancipar os animais se não nos
emanciparmos como humanos. Mas enquanto projeto, levado à cabo às suas últimas
consequências, este tipo de veganismo nos conduzirá à a uma sociedade onde a
paz certamente reinará entre as espécies, mas a um custo de padronização do
pensamento e do comportamento que me gera um certo incômodo. Penso que esta paz
pode, e deve, ser alcançada por outras vias, e sempre com o exercício da
compreensão e da paciência. Porque o fim deve ser o meio.
Por sorte, nestas andanças, conheço pessoas que
as identifico como VEGANAS. Conto nos dedos, infelizmente. São humildes,
convivem bem com o “outro diferente”, não ficam posando de vanguarda, se
autopromovendo, desejando a morte de açougueiros, ou criticando o trabalho de
outras entidades de proteção animal que não seguem à a sua política ou linha de
pensamento – porque são incoerentes, ou porque são bem-estaristas. Enfim, não
se envaidecem e não se corrompem com a força dos valores e da luta a à qual, à
sua maneira, se engajam. Não caem nesta armadilha do ego. A eles e a elas, meu
apoio irrestrito. São pessoas belas, com luz, e que naturalmente, e mesmo em
silêncio, militam, pois cativam mais pelo gesto de cuidado, presença e atenção,
do que pelo verbo, truculência e retidão. São tranquilas, em paz com sua
própria espécie e com as outras, e pacientes com a mudança, que já chega aos
poucos, como um somatório dos esforços de todos, coerentes e incoerentes.
Mas que chega aos poucos.
Thales Tréz, fevereiro de 2014
Educador não vegano e incoerente.
http://www.ecoagencia.com.br/?open=artigo&id===AUWZFWZtWOHNlRaNVTWJVU
O mundo é para poucos !?!
O mundo é para poucos
por Luiz Antonio Cintra, da Carta Capital
Em alta desde os anos 70, a concentração da riqueza bate recordes, para a alegria de 1% da população global
Divulgada na abertura do encontro anual da elite econômica global em Davos, na Suíça, a pesquisa “Trabalhando para Poucos”, da ONG inglesa Oxfam, bem poderia se chamar “Vejam o Que os Senhores Conseguiram”. Ganhou manchetes mundo afora ao apontar para a hiperconcentração de riqueza em andamento na quase totalidade dos países ocidentais. Sete em cada dez indivíduos vivem em países onde a desigualdade avançou nas últimas três décadas, informa a Oxfam.
Segundo o estudo, a crise financeira detonada em setembro de 2008 veio a calhar para os mais ricos. O 1% do topo da pirâmide, anota a pesquisa, detém hoje metade da riqueza gerada no planeta. O financista norte-americano Warren Buffett é um exemplo da turma ganhadora: acumulava patrimônio de 40 bilhões de dólares antes da quebra do Lehman Brothers, e nada atualmente em uma piscina recheada de 59 bilhões de moedas. O quarto mais rico do planeta, segundo a lista da Forbes, Buffett é um dos 85 afortunados que, aponta a Oxfam, possuem patrimônio equivalente ao da metade mais pobre da população mundial, ou 3,5 bilhões de cidadãos. “Alguma desigualdade econômica é essencial para conduzir o crescimento e o progresso”, escrevem os responsáveis pela pesquisa. “Os níveis extremos de concentração da riqueza atuais, entretanto, ameaçam excluir centenas de milhões de obter os ganhos de seus talentos e trabalho duro.”
Não é outra coisa o que tem acontecido desde o crash, com maior intensidade nos dois polos mais afetados pela crise, os EUA e a Zona do Euro (exceto a Alemanha). O quadro retratado espelha as opções feitas para enfrentar a crise, desenhadas de acordo com os interesses dos bilionários, constata a ONG. A saída escolhida foi salvar bancos e companhias consideradas “grandes demais para quebrar”, ao mesmo tempo que os gastos públicos eram cortados indiscriminadamente.
O resultado foi uma onda avassaladora de desemprego e a falência de empresas cuja quebra, para as autoridades, teria o efeito positivo de ampliar a eficiência da economia como um todo. Nesse sentido, as políticas adotadas deram certo. O levantamento mais recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT) contabiliza 202 milhões de desempregados no mundo, 5 milhões a mais do que no fim de 2012. Mantida a tendência, algo bastante provável, serão 215 milhões sem empregos no fim de 2017, estima Guy Rider, diretor da OIT.
O estudo da Oxfam enumera algumas das causas da concentração crescente. Há décadas a falta de limites minou a representação popular nos Parlamentos. E o lobby das maiores corporações aos poucos tirou do caminho regras e leis forjadas para garantir (ou ampliar, conforme o caso) a concorrência nas economias. Estima-se que os bancos norte-americanos gastaram 1 bilhão de dólares em lobby nos últimos anos para enfraquecer e adiar a legislação em discussão para tornar o sistema financeiro menos arriscado.
A corrupção, a perversidade de sistemas tributários como o brasileiro, que taxa proporcionalmente mais quem tem menos, os subsídios, a redução dos gastos em saúde e educação públicas, a perda de espaço dos sindicatos de trabalhadores e uma rede internacional de paraísos fiscais (em que, estima a ONG, cerca de 18 trilhões de dólares são escondidos para não pagar impostos) também explicam o processo em andamento.
O marco zero dessa tendência, contudo, não tem nada de novo. Especialistas o situam no período que vai do fim da década de 1970 ao início dos anos 80, sob os auspícios da onda neoliberal e da desregulação dos mercados, particularmente o financeiro, sob a batuta ideológica da dupla Ronald Reagan e Margaret Thatcher.
A resultante constatada agora não é um efeito colateral inesperado. Ao contrário. A cartilha Reagan-Thatcher recomendava deliberadamente o corte dos impostos dos mais ricos, em paralelo à redução dos direitos sociais e salários dos mais pobres, com o argumento de que o primeiro movimento garantiria fôlego para o consumo, enquanto o segundo ampliaria a competividade da economia ao reduzir o custo do trabalho. Uma parcela considerável das palavras de ordem pró-desregulação foi tecida, por sinal, justamente no Fórum Econômico de Davos, que nesta edição, diante da escala da tragédia social nos países ricos, procura convencer a opinião pública de que, no fundo, estão preocupados com a distância crescente entre ricos e pobres. Ao custo de 40 mil dólares por participante, vale notar.
Na ponta do lápis, o quadro evoluiu nos EUA conforme o esperado pelos formuladores de tais políticas: a renda dos 10% mais pobres avançou, desde meados dos anos 1980, apenas 0,1% ao ano. Já aquela dos mais ricos cresceu, pela mesma métrica, 1,5%. No Reino Unido, o mesmo movimento: a renda avançou, em média, 0,9% na base da pirâmide e 2,5% entre os 10% do topo. Estudo da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico, realizado em 2011, apontou os EUA, o Reino Unido e Israel como “pioneiros” da regressão social entre os mais ricos. A partir dos anos 2000, anota a pesquisa, a tendência incluiu as nações tradicionalmente menos desiguais, caso da Alemanha, Dinamarca, Suécia e outros países nórdicos.
A partir do crash de 2008, a concentração da riqueza ganhou força, resultado da opção de salvar os grandes bancos e corporações. No estudo da Oxfam, o caso norte-americano é mais uma vez destaque: 95% do ganho de renda registrado a partir de 2009 no país foi para o 1% mais rico. E, quanto mais no topo, maiores os ganhos proporcionalmente. Em 2012, por exemplo, enquanto o 1% mais rico ficou com 22% da renda do país, o 0,1% mais afortunado abocanhou 11% do bolo. Um norte-americano do sexo masculino e graduado recebe atualmente, em média, 40% do que recebia quatro décadas atrás.
No artigo “A desigualdade é uma opção”, publicado em outubro de 2013, o Nobel de Economia Joseph Stiglitz, professor da Universidade Columbia, comenta a hiperconcentração em curso. De 1988 a 2008, anota o economista, a renda do 1% mais rico do planeta cresceu cerca de 60%. No mesmo período, a dos 5% mais pobres manteve-se estagnada. “Os ganhos de renda têm sido maiores entre aqueles da elite mundial – executivos financeiros e corporativos dos países ricos – e as amplas ‘classes médias emergentes’ de China, Índia, Indonésia e Brasil. Quem perdeu? Africanos, alguns latino-americanos e cidadãos do Leste Europeu pós-comunista e da antiga União Soviética.”
Apesar de bem-vinda, a discussão em torno da desigualdade em Davos está longe de ser sinal de uma nova postura – e seria loucura supor que haverá ali uma guinada ideológica. Em 2005, o tema ocupou o topo das preocupações dos milionários reunidos na Suíça, àquela altura em companhia dos debates sobre o terrorismo. Em 1994, o tema também foi abordado, quando Klaus Schwab, presidente do fórum, definiu o encontro como uma oportunidade para “um gigantesco brainstorm para líderes empresariais, políticos, científicos e culturais, para analisar todos os pressupostos básicos da humanidade”.
Então, os ouvintes saíram de Davos, embarcaram em seus jatos particulares e foram cultivar suas fortunas.
* Publicado originalmente no site Carta Capital.
(Carta Capital) sábado, 8 de fevereiro de 2014
abraço de arvore
ABRAÇO DA ÁRVORE
Nossos antepassados procuraram abraçar uma árvore para seu tronco , quando sentiu ansioso ou cheio de problemas. No fluxo de seiva do tronco que alimenta diretamente da terra.
Nas técnicas orientais como o chi -kung , é uma posição chamada de " abraço da árvore. " Esta posição estática alinha todos os ossos de forma tão eficaz quanto possível.
Para os ocidentais , pode parecer ridículo, mas cada vez mais os naturopatas recomendar .
É uma maneira de se sentir livre em comunhão com a natureza. Quando andamos por entre as árvores em um parque ou floresta , podemos vir a sentir a energia liberada . Os celtas acreditavam que cada árvore tinha um espírito sábio e seus rostos podiam ser vistos na casca de seus troncos e suas vozes sejam ouvidas no som das folhas se movendo ao vento.
Árvores nos ajudar a estabelecer contato com o poder da natureza , nos dar as ferramentas para curar, relaxar, fortalecer -nos , carregam -nos de energia vital e são portadores de mensagens da Mãe Terra .
Há mais pessoas que viram os benefícios de abraçar árvores. Em contraste com as pessoas que abraçam -los pode-se perceber as perdas de energia devido a fatores emocionais , uma árvore sempre notar que cobramos , jamais descarga.
Não se esqueça que todos os seres vivos é energia, e como nós, as árvores têm a sua própria , muitas vezes em sintonia e nos sentimos como que flui a expressão da nossa sensação de bem -estar, tranquilidade, serenidade , etc . Queremos partilhar o poder que lhe dá árvore individual, pois cada um tem uma característica determinada pela sua espécie , a taxa de crescimento, o meio ambiente.
Como capturar o PODER DE ÁRVORES ? A energia que emana das árvores, como o nosso, é invisível ao olho físico, é o que chamamos de aura , muito perceptível sensibilidade.
A árvore como as pessoas estão constantemente emitindo vibrações de energia e estão perfeitamente assimilado por seres humanos, pode ser absorvida e pode se beneficiar de seus efeitos.
Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqfCFlylDb81PbKEEOV-ypC5KEy7UcNYkeGue1lZe_9iJ1bWLF6DmXEwDT1QM5c2awZwJSCaxc0B3Q5S_deGae_H2VYnsUi0PvUFrXuKn1DNOVUnQhkH_jyJnwMJwe8jiQnd5UiDJIN_4/s1600/images+ (29) jpg .
Há duas maneiras básicas para compreender :
PODER ATRAVÉS DA ÁRVORE :
A sua área é maior ou menor , dependendo das características de cada árvore e a sua situação ambiental . O suficiente para penetrar o seu alcance . Este tipo de energia é absorvida por simplesmente passear por uma floresta , podemos conscientemente aumentar a sua absorção , regulando a respiração em um ritmo calmo e algo profundo .
Na prática , isto pode ser feito :
1 - . Caminhar entre as árvores, e escolher aquele que chama a sua atenção .
2 - . Aproxime-se dele , assistir e capta sua energia , não tente analisá-lo mentalmente ou estabelecer um vínculo emocional . Basta notar o tom vibracional.
. 3 - Jogue-o enquanto você fecha os olhos , com a mão esquerda . Reconhece a sua força e a influência sobre o ambiente . Veja se ele é uma árvore solitária ou um pastor de árvores influencia o coletivo. Captura a sua energia é a cura, ou se protetora e amorosa, ou é sábio, ou é impressionante em todo o território ou de outra forma . Aceitar que a energia sem mais e pergunte-se se você quiser recarregar-se com essa força.
. 4 - Estabelecer contato com a energia da árvore pelo seu coração energético . Esvazie seus ruído interno , o amor flui em e ouvir a árvore. Captura seu espírito. Apresente-se com o seu nome e em um espaço onde a comunicação não é a energia do som . Você pode pedir conselhos sobre qualquer situação que você precisa, levar -lhe energia , relaxar e aceitar a sua sabedoria.
. 5 - Ouça o seu coração, dar graças , levantar-se e dizer adeus colocando a mão direita sobre seu tronco.
Em contato direto com TREE :
Usando as mãos :
Através deles, eles podem fazer um recrutamento mais consciente, é uma questão muito sensível e área de feedback vibratório na palma da mão , porque há vários pontos de entrada e saída de potência. A posição mais conveniente é seguir as rachaduras ou fissuras na crosta , no sentido de que a árvore apresenta .
Usando a parte de trás :
O centro de volta , cruzando a coluna, é o principal canal de energia do corpo . Apoiar esta área no tronco da árvore irá absorver a energia que emana .
Garcia Azañedo .
Deve esclarecer que se fizermos isso só resultará TRANSAÇÃO um amor, AMOR,
Se a gente tirar proveito de seu poder de curar , se só nós PENSA QUE SEU PRAZER , sem contato SER FEITO
Namaste
Adriana
https://www.facebook.com/pages/Reflorestamento-Santa-Rita/204546083010564
sábado, 1 de fevereiro de 2014
Carta da Terra
CARTA DA TERRA.
O texto da Carta da Terra
PREÂMBULO
Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global fundada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade de vida e com as futuras gerações.
TERRA, NOSSO LAR
A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, é viva como uma comunidade de vida incomparável. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade de vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todos os povos. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.
A SITUAÇÃO GLOBAL
Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, esgotamento dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e a diferença entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causas de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.
DESAFIOS FUTUROS
A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais em nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem supridas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais e não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos no meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados e juntos podemos forjar soluções inclusivas.
RESPONSABILIDADE UNIVERSAL
Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com a comunidade terrestre como um todo, bem como com nossas comunidades locais. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual as dimensões local e global estão ligadas. Cada um compartilha responsabilidade pelo presente e pelo futuro bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida e com humildade em relação ao lugar que o ser humano ocupa na natureza.
Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, interdependentes, visando a um modo de vida sustentável como padrão comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos e instituições transnacionais será dirigida e avaliada.
PRINCÍPIOS
I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA
1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.
Reconhecer que todos os seres são interdependentes e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.
Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.
2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.
Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais, vem o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.
Assumir que, com o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder, vem a maior responsabilidade de promover o bem comum.
3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.
Assegurar que as comunidades em todos os níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada pessoa a oportunidade de realizar seu pleno potencial.
Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a obtenção de uma condição de vida significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.
4. Assegurar a generosidade e a beleza da Terra para as atuais e às futuras gerações.
Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras.
Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apóiem a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra a longo prazo.
II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA
5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial atenção à diversidade biológica e aos processos naturais que sustentam a vida.
Adotar, em todos os níveis, planos e regulamentações de desenvolvimento sustentável que façam com que a conservação e a reabilitação ambiental sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento.
stabelecer e proteger reservas naturais e da biosfera viáveis, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.
Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçados.
Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que causem dano às espécies nativas e ao meio ambiente e impedir a introdução desses organismos prejudiciais.
Administrar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de forma que não excedam às taxas de regeneração e que protejam a saúde dos ecossistemas.
Administrar a extração e o uso de recursos não-renováveis, como minerais e combustíveis fósseis de forma que minimizem o esgotamento e não causem dano ambiental grave.
6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução.
Agir para evitar a possibilidade de danos ambientais sérios ou irreversíveis, mesmo quando o conhecimento científico for incompleto ou não-conclusivo.
Impor o ônus da prova naqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará dano significativo e fazer com que as partes interessadas sejam responsabilizadas pelo dano ambiental.
Assegurar que as tomadas de decisão considerem as conseqüências cumulativas, a longo prazo, indiretas, de longo alcance e globais das atividades humanas.
Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.
Evitar atividades militares que causem dano ao meio ambiente.
7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.
Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.
Atuar com moderação e eficiência no uso de energia e contar cada vez mais com fontes energéticas renováveis, como a energia solar e do vento.
Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência eqüitativa de tecnologias ambientais seguras.
Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam às mais altas normas sociais e ambientais.
Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.
Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito.
8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover o intercâmbio aberto e aplicação ampla do conhecimento adquirido.
Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada à sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.
Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuem para a proteção ambiental e o bem-estar humano.
Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, permaneçam disponíveis ao domínio público.
III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA
9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.
Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, alocando os recursos nacionais e internacionais demandados.
Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma condição de vida sustentável e proporcionar seguro social e segurança coletiva aos que não são capazes de se manter por conta própria.
Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir àqueles que sofrem e habilitá-los a desenvolverem suas capacidades e alcançarem suas aspirações.
10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma eqüitativa e sustentável.
Promover a distribuição eqüitativa da riqueza dentro das e entre as nações.
Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento e liberá-las de dívidas internacionais onerosas.
Assegurar que todas as transações comerciais apóiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas.
Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais atuem com transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas consequências de suas atividades.
11. Afirmar a igualdade e a eqüidade dos gêneros como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas.
Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas.
Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e paritárias, tomadoras de decisão, líderes e beneficiárias.
Fortalecer as famílias e garantir a segurança e o carinho de todos os membros da família.
12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, com especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.
Eliminar a discriminação em todas as suas formas, como as baseadas em raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.
Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas com condições de vida sustentáveis.
Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.
Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado cultural e espiritual.
IV. DEMOCRACIA, NÃO-VIOLÊNCIA E PAZ
13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e prover transparência e responsabilização no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões e acesso à justiça.
Defender o direito de todas as pessoas receberem informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que possam afetá-las ou nos quais tenham interesse.
Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações interessados na tomada de decisões.
Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de reunião pacífica, de associação e de oposição.
Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos judiciais administrativos e independentes, incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela ameaça de tais danos.
Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.
Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes, e atribuir responsabilidades ambientais aos níveis governamentais onde possam ser cumpridas mais efetivamente.
14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.
Prover a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável.
Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, na educação para sustentabilidade.
Intensificar o papel dos meios de comunicação de massa no aumento da conscientização sobre os desafios ecológicos e sociais.
Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma condição de vida sustentável.
15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.
Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e protegê-los de sofrimento.
Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento extremo, prolongado ou evitável.
Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies não visadas.
16. Promover uma cultura de tolerância, não-violência e paz.
Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações.
Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na resolução de problemas para administrar e resolver conflitos ambientais e outras disputas.
Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até o nível de uma postura defensiva não-provocativa e converter os recursos militares para propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica.
Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em massa.
Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico ajude a proteção ambiental e a paz.
Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos parte.
O CAMINHO ADIANTE
Como nunca antes na História, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Tal renovação é a promessa destes princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.
Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável nos níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar e expandir o diálogo global que gerou a Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da busca conjunta em andamento por verdade e sabedoria.
A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Entretanto, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade tem um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não-governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva.
Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra com um instrumento internacionalmente legalizado e contratual sobre o ambiente e o desenvolvimento.
Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação dos esforços pela justiça e pela paz e a alegre celebração da vida.
PREÂMBULO
Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global fundada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade de vida e com as futuras gerações.
TERRA, NOSSO LAR
A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, é viva como uma comunidade de vida incomparável. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade de vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todos os povos. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.
A SITUAÇÃO GLOBAL
Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, esgotamento dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e a diferença entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causas de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.
DESAFIOS FUTUROS
A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais em nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem supridas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais e não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos no meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados e juntos podemos forjar soluções inclusivas.
RESPONSABILIDADE UNIVERSAL
Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com a comunidade terrestre como um todo, bem como com nossas comunidades locais. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual as dimensões local e global estão ligadas. Cada um compartilha responsabilidade pelo presente e pelo futuro bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida e com humildade em relação ao lugar que o ser humano ocupa na natureza.
Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, interdependentes, visando a um modo de vida sustentável como padrão comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos e instituições transnacionais será dirigida e avaliada.
PRINCÍPIOS
I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA
1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.
Reconhecer que todos os seres são interdependentes e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.
Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.
2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.
Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais, vem o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.
Assumir que, com o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder, vem a maior responsabilidade de promover o bem comum.
3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.
Assegurar que as comunidades em todos os níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada pessoa a oportunidade de realizar seu pleno potencial.
Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a obtenção de uma condição de vida significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.
4. Assegurar a generosidade e a beleza da Terra para as atuais e às futuras gerações.
Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras.
Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apóiem a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra a longo prazo.
II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA
5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial atenção à diversidade biológica e aos processos naturais que sustentam a vida.
Adotar, em todos os níveis, planos e regulamentações de desenvolvimento sustentável que façam com que a conservação e a reabilitação ambiental sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento.
stabelecer e proteger reservas naturais e da biosfera viáveis, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.
Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçados.
Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que causem dano às espécies nativas e ao meio ambiente e impedir a introdução desses organismos prejudiciais.
Administrar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de forma que não excedam às taxas de regeneração e que protejam a saúde dos ecossistemas.
Administrar a extração e o uso de recursos não-renováveis, como minerais e combustíveis fósseis de forma que minimizem o esgotamento e não causem dano ambiental grave.
6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução.
Agir para evitar a possibilidade de danos ambientais sérios ou irreversíveis, mesmo quando o conhecimento científico for incompleto ou não-conclusivo.
Impor o ônus da prova naqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará dano significativo e fazer com que as partes interessadas sejam responsabilizadas pelo dano ambiental.
Assegurar que as tomadas de decisão considerem as conseqüências cumulativas, a longo prazo, indiretas, de longo alcance e globais das atividades humanas.
Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.
Evitar atividades militares que causem dano ao meio ambiente.
7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.
Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.
Atuar com moderação e eficiência no uso de energia e contar cada vez mais com fontes energéticas renováveis, como a energia solar e do vento.
Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência eqüitativa de tecnologias ambientais seguras.
Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam às mais altas normas sociais e ambientais.
Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.
Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito.
8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover o intercâmbio aberto e aplicação ampla do conhecimento adquirido.
Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada à sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.
Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuem para a proteção ambiental e o bem-estar humano.
Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, permaneçam disponíveis ao domínio público.
III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA
9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.
Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, alocando os recursos nacionais e internacionais demandados.
Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma condição de vida sustentável e proporcionar seguro social e segurança coletiva aos que não são capazes de se manter por conta própria.
Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir àqueles que sofrem e habilitá-los a desenvolverem suas capacidades e alcançarem suas aspirações.
10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma eqüitativa e sustentável.
Promover a distribuição eqüitativa da riqueza dentro das e entre as nações.
Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento e liberá-las de dívidas internacionais onerosas.
Assegurar que todas as transações comerciais apóiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas.
Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais atuem com transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas consequências de suas atividades.
11. Afirmar a igualdade e a eqüidade dos gêneros como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas.
Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas.
Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e paritárias, tomadoras de decisão, líderes e beneficiárias.
Fortalecer as famílias e garantir a segurança e o carinho de todos os membros da família.
12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, com especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.
Eliminar a discriminação em todas as suas formas, como as baseadas em raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.
Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas com condições de vida sustentáveis.
Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.
Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado cultural e espiritual.
IV. DEMOCRACIA, NÃO-VIOLÊNCIA E PAZ
13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e prover transparência e responsabilização no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões e acesso à justiça.
Defender o direito de todas as pessoas receberem informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que possam afetá-las ou nos quais tenham interesse.
Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações interessados na tomada de decisões.
Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de reunião pacífica, de associação e de oposição.
Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos judiciais administrativos e independentes, incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela ameaça de tais danos.
Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.
Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes, e atribuir responsabilidades ambientais aos níveis governamentais onde possam ser cumpridas mais efetivamente.
14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.
Prover a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável.
Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, na educação para sustentabilidade.
Intensificar o papel dos meios de comunicação de massa no aumento da conscientização sobre os desafios ecológicos e sociais.
Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma condição de vida sustentável.
15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.
Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e protegê-los de sofrimento.
Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento extremo, prolongado ou evitável.
Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies não visadas.
16. Promover uma cultura de tolerância, não-violência e paz.
Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações.
Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na resolução de problemas para administrar e resolver conflitos ambientais e outras disputas.
Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até o nível de uma postura defensiva não-provocativa e converter os recursos militares para propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica.
Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em massa.
Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico ajude a proteção ambiental e a paz.
Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos parte.
O CAMINHO ADIANTE
Como nunca antes na História, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Tal renovação é a promessa destes princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.
Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável nos níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar e expandir o diálogo global que gerou a Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da busca conjunta em andamento por verdade e sabedoria.
A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Entretanto, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade tem um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não-governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva.
Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra com um instrumento internacionalmente legalizado e contratual sobre o ambiente e o desenvolvimento.
Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação dos esforços pela justiça e pela paz e a alegre celebração da vida.
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